Máscaras fúteis e geografias mentais na mesma máscara é como se chama a mais recente exposição do artista plástico são-tomense Eduardo Malé.
Nesta nova exposição, Malé pretende criticar de forma positiva a maneira de pensar dos são-tomenses, ao questionar o impasse em que o país se encontra no que ao desenvolvimento diz respeito.
É um convite do artista à sociedade são-tomense. Eduardo Malé pede através das suas ilustrações que as pessoas olhem para dentro e para suas mentes no sentido de identificarem por exemplo, os entraves ao desenvolvimento do país.
“Porquê que somos assim e porquê que o país parece que não arranca, estamos como uma espécie de pescada com o rabo na boca, estamos sempre a dar voltas no mesmo sítio e não saímos daqui. Muitas vezes ficamos reféns da nossa ignorância, é um bocado essa reflexão que eu convido as pessoas a fazerem sobre as cabeças”, explicou.
Onze quadros e algumas cabeças construidas a partir de fios de arrames, que para o artista representam as correntes do pensamento que tem faltado aos são-tomenses.
Outras das representações expostas são os Lagartos, que de acordo com Malé significam boa nova.
“De acordo com algumas tribos e algumas aldeias africanas, o Lagarto significa boa colheita, pensamento positivo e é nesse sentido que eu faço essa reflexão sobre a nossa sociedade, por outro lado, eu não fico refém eu próprio dessa ideia, eu quero acreditar que é possível e esses Lagartos vêm nesse sentido, como símbolo do acreditar que o amanhã será melhor”, concluiu.
Para o público, Malé é um artista maduro, no entanto “capaz de surpreender a cada exposição com obras indiscutivelmente cada vez melhor”.
A exposição vai ficar patente ao público durante um mês no espaço CACAU, na capital são-tomense.
Brany Cunha Lisboa